DEVOCIONAL DE PÁSCOA
2ª Feira de Páscoa | Por Rev. Robson Marinho
“Chegando a Jerusalém, Jesus entrou no templo e ali começou a expulsar os que estavam comprando e vendendo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas e não permitia que ninguém carregasse mercadorias pelo templo. E os ensinava, dizendo: “Não está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? Mas vocês fizeram dela um covil de ladrões”. Marcos 11:15-17
Na semana em que precedia a Páscoa judaica, pessoas de todos lugares apareciam e os judeus aproveitavam deste momento para venderem animais para os sacrifícios e trocarem moedas por animais. Eles vendiam tanto para os deles quanto para os gentios adoradores, como até mesmo para mulheres que quisessem comprar, de acordo com historiadores da época. Por isso o texto aponta que não poderiam circular com mercadorias pelo templo, pois eles teriam um local próprio para adorar. As mulheres por causa da “pureza’ eram segregadas; os “gentios”, pessoas de outras religiões convertidas ao judaísmo por serem uma sub-raça também eram. No entanto, apenas alguns poderiam adquirir estes animais, dado a situação econômica de cada família, sem dizer que neste período o preço tenderia a subir dado ao aumento da procura.
Numa era não tão diferente da nossa em que se havia segregações e “balconização” da adoração, Jesus entra em cena para demonstrar o grande fiasco da adoração “balconizada”. Ela era apenas para alguns, para poucos e para classe com um suposto poder.
Jesus ao derrubar as mesas (Mateus 21:12) e libertar os pombos, estava derrubando o símbolo da marginalização da adoração que a religiosidade impunha e apontava para si como Aquele que uniria todos, pela fé, a verdadeira e gratuita adoração, pois Ele seria o verdadeiro e único suficiente sacrifício e a moeda de troca (lembre-se de Judas Iscariotes).
Jesus repinta a história nesta trama que antecederia sua morte trazendo um novo sentido à páscoa. Assim, ao expulsar os comerciantes da fé, citando Isaías e Jeremias, dizendo que o templo seria casa de oração para todos os povos, e não de alguns, um novo lugar na terra seria plantado: um lugar para pessoas que não precisavam explorar a fraqueza do outro, um lugar para todos os marginalizados, um lugar heterogêneo, um espaço de honestidade, um lugar para os pobres de espírito, aqueles que tem condições de comprar nada para sacrificar.
O que podemos aprender nesta Segunda-Feira santa?
• A vida que venceu a morte na páscoa não era para apenas para as pessoas que se pareçam conosco.
• Não preciso adquirir nada para adorar. A adoração não é “balconizada”, vem da fé em Jesus que adquiriu tudo por mim e em meu lugar. Ele é o sacrifício. Ele pagou o preço.
• Onde estão as pessoas que marginalizei? Será que estão tão à margem da vida que não as enxergo mais? Talvez seja o dia de libertar os pombos, os bois que dividem as classes e me ajuntar ao “Pão da Vida” (JESUS) que é gratuito e me faz aproximar do outro diferente de mim.
Venhamos todos, convidemos outros, assentamos à mesa do reino e partilhemos do Pão da Vida.